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e a cegueira do futuro
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O primo de Paris
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Pausa para viagem
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olha para a câmara com ternura
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envolve-se nas sombras da vida
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na Cova da Moura há olhares que se espelham
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há gente que vende da terra
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há milho a assar no carvão
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gente que espreita, roupa que abana
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risos e sonhos pela rua acima
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na festa há quem toque
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e quem descanse do toque
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na festa há risos
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e convicção
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na festa há música
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e boa disposição
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na festa há punhos e força
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e revolução
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pausa para um pézinho de dança
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fomos para o mar entre as nuvens
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puxámos a rede para ver se havia peixe
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combatemos a água
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mas rendeu pouco...
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Na festa da Afurada passam andores
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que gritam
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que fumam
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há vidas nas janelas cheias de histórias para contar
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há conversas mais ou menos atentas
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olhos atentos à fanfarra
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que provoca brilho no olhar