César Augusto:
"quando olhamos de frente o sol quente projectando-se na pele num reflexo feminino "
César Augusto:
"tenho que escrever baixinho há muitos olhos nas paredes: "
César Augusto:
"sinto-me a engolir um tubo que sufoca as mais ínfimas partes dos dedos/dos olhos/do amplexo cardíaco "
César Augusto:
"FALO - no Laboratório Mágico ao dar-se a aparição espontânea de Lautréamont e Freud que traziam sobre as sobrancelhas um corte fino a atravessá-Ias lado a lado: "
César Augusto:
"A uma luz evanescente/ Vemos mais agudamente "
César Augusto:
"Agora à luz das baratas e dos apetrechos para campo "
César Augusto:
"não choveu nem houve qualquer ameaça de chuva mas eu senti a chuva do nosso afastamento com um vento frio e rasteiro como uma palavra que se perdeu "
César Augusto:
"casa de andorinhas e gatos nos sótãos grande nau navegando imóvel num mar de ócio e de nuvens brancas "
César Augusto:
"Esta es nuestra casa.Entremos.Para ti la hice como un libro nuevo mirando, mirando, como la hace el hornero,"
César Augusto:
"Bem sei que esta casa é pintada de cinzento /Bem sei qual é o número desta casa "
César Augusto:
"Regresso de muito longe mas é dentro de mim que caminho. Afastei-me mesmo estando parado. "
César Augusto:
"Por detrás desta porta uma de todas as portas que para mim se abrem e se fecham,estou eu ou o universo que eu penso. "
César Augusto:
"Janelas sobre o que vês, apenas o breve relance de uma face perdida, apenas uma frase de jardim ou uma rosa de julho "
César Augusto:
"Via-o sentado nos poiais azuis da sala, um pouco encostado à pequena portada da janela que tinha um postigo talhado ao centro;"
César Augusto:
"Senhora dona águia água égua inglesa num jardim de potros gregos mordiscando beleza rega cega do regador de inês em seus sossegos. "
César Augusto:
"Antecipaste a hora.Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. "
César Augusto:
"Vem tudo à superfície. Como se dentro da casa um maremoto levantasse as pedras todas, "
César Augusto:
"Uma casa, (...) em que não se tenha, de vez em quando, a consciência de se estar em uma determinada casa, mas apenas de estar em casa."
César Augusto:
"Olho os homens, as casas e os bichos. Olho num pasmo sem limites, e fico sem palavras... "
César Augusto:
"Diz-se que os cegos não conhecem a luz, talvez porque para a razão o sentimento Ihes reservou outros caminhos."
César Augusto:
"Exausto"
César Augusto:
"A noite trocou-me os sonhos e as mãos / dispersou-me os amigos / tenho o coração confundido e a rua é estreita / estreita em cada passo as casas engolem-nos / sumimo-nos "
César Augusto:
"Lá fora, as gaiolas pendem das árvores à espera de uma mão/enluvada que de súbito - enfrentando a parede - as desprenda "
César Augusto:
"A casa não tinha cortinas nem vestígios de ser habitada. Havia, em volta, alguns canteiros onde crescera a beldroega e umas açucenas tão altas que podiam chamar-se o bordão de S. José..."
César Augusto:
"O tempo corre nas paredes livremente /mas não toma a direcção da morte: ela esteve aqui /desde o princípio, uma vocação adormecida /debaixo do estuque. "
César Augusto:
"De regresso ao meu palácio adormecido, esta luz deve significar /que foste apenas uma das invenções da noitada. Tinha começado [a chover / outra vez, todos os fogos estariam mortos se eu não tivesse trazido [uma parte / das tuas mãos nos meus bolsos
César Augusto:
"Antes de partires tapa com lenços negros / Os orifícios do teu corpo / Tapa-os com lenços vermelhos / E envolve-te em argila marinha "
César Augusto:
"O Sr. Bentley acredita que cada espaço contém em si outro espaço no qual o seu duplo habita, actua. "
César Augusto:
"Vivo agora aqui num quarto fechado, a tua roupa, todos os teus objectos caem sobre mim como trovões."
César Augusto:
"Tudo o que sonho ou passo,/ O que me falha ou finda, /É como que um terraço/ Sobre outra coisa ainda. /Essa coisa é que é linda. "